25/01/2023

Resenha do Livro - A Coragem de Ser Imperfeito

 


“Não podemos dar as pessoas o que não temos. Quem somos importa infinitamente mais do que o que sabemos ou queremos ser.” p.130

A Coragem de ser imperfeito, foi escrito por Brené Brown, phD em serviço social, pesquisadora na Universidade de Houston. Professora e palestrante, inclusive tem vídeo dela no TED Talks.

O que você faz quando fica emocionalmente exposto? Como você se comporta quando se sente desconfortável e inseguro?

Este livro é um convite para você entender a sua vulnerabilidade, aceitá-la e então, decidir viver plenamente. 

Nós estamos inseridos em uma cultura, que a autora chama de a cultura da escassez. Assim nós acreditamos que não somos bons o bastante. Isso gera vergonha, comparação e desmotivação.

A vergonha é um sentimento intensamente doloroso, que surge quando acreditamos que somos defeituosos e portanto, indignos de amor e aceitação.

Para construir o conceito de vulnerabilidade, Brené apresenta 4 mitos em torno desse assunto.

Mito 1: vulnerabilidade é fraqueza. Vulnerabilidade não é algo bom ou ruim. É simplesmente o centro das nossas emoções e sensações.

Mito 2: Vulnerabilidade não é comigo. Só se você não estiver vivo. Estar vivo é estar vulnerável. A vulnerabilidade é parte da nossa condição humana e independe das nossas crenças, escolaridade ou questões financeiras. Homens e mulheres vivenciam a vergonha de formas diferentes, mas todos nós somos afetados pela vulnerabilidade.

Mito 3: Vulnerabilidade é expor totalmente a minha vida. Não vulnerabilidade não é exposição. É reconhecer nossas limitações e fracassos e compartilhar nossos sentimentos com pessoas que conquistaram o direito de conhecê-los. Dividir informações pessoais com limites.

Mito 4: Eu me garanto sozinho. Não, ninguém é uma ilha, precisamos uns dos outros. E claro, precisamos escolher com muita sabedoria as pessoas que farão parte da nossa intimidade.

O capítulo 4 foi um dos que eu mais gostei. A autora fala sobre o arsenal que nós usamos contra a vulnerabilidade. O arsenal é composto por: Alegria como mau presságio., Perfeccionismo e o Entorpecimento.

Alegria como mau presságio. Sabe o que é isso? É quando você está feliz, mas sente medo de perder aquele momento. Um temor que reprime qualquer felicidade. “Não vou ne empolgar porque eu sei que as coisas não dão certo para mim”. É muito mais sábio aproveitarmos o momento, sermos gratos pelo que temos e pelo o que vivenciamos do que ficarmos com medo da nossa alegria acabar, e assim perdemos a alegria antes do tempo de qualquer forma.

Perfeccionismo. Se você parar pensar vai perceber que não conhece ninguém que venceu na vida que atribua o seu sucesso, ou a sua alegaria ao perfeccionismo. Até porque, perfeição não está acessível para seres humanos, é uma meta inatingível. O perfeccionismo não é o caminho que nos leva a nossos talentos e ao sentido da vida. Há uma confusão quando o assunto é Perfeccionismo. Muitas vezes vemos pessoas usando esta palavra como sinônimo de excelência, capricho. Definitivamente isso não é perfeccionismo. Perfeccionismo não é auto aperfeiçoamento. Perfeccionismo é uma tentativa de obter aprovação dos outros, baseado no medo de falhar, de ser criticado. É um sistema de crenças autodestrutivas.

Entorpecimento é o uso de qualquer recurso a fim de anestesiar a dor, o desconforto, a solidão. E não se trata apenas de drogas ilícitas. Qualquer tipo de vício é uma tentativa de fugir de alguma dor emocional. Excesso de trabalho, excesso de redes sociais, compulsão alimentar, e até mesmo vício em atividades religiosas podem ser tentativas de anestesiar alguma dor. Para evitar o entorpecimento é preciso aprender a vivenciar os sentimentos, saber lidar com o desconforto das emoções difíceis.

Nós não precisamos ser perfeitos, mas temos de estar atentos e comprometidos para alinhar nossos valores com nossas atitudes.A falta de alinhamento entre o que se diz e o que se faz é a fonte principal da falta de motivação.

Um exemplo triste sobre desmotivação, acontece nas comunidades religiosas. Líderes que não vivem de acordo com as virtudes que pregam causam bastante desmotivação espiritual. A vulnerabilidade é muito importante na espiritualidade. É um caminho mais coerente quando somos honestos e admitimos nossas fraquezas ao invés de darmos desculpas ou fingirmos ser quem não somos.

Para fechar com chaves de ouro, Brené fala sobre Vulnerabilidade no ambiente de trabalho e na família. E para você que é pai/mãe, ou pretende ser. há um capítulo simplesmente sensacional sobre como criar filhos plenos.

Este livro é fruto de pesquisas científicas sobre vulnerabilidade. O principal objetivo da autora é mostrar que incertezas, riscos e exposição emocional não são coisas ruins, fazem parte da vida. E quando nós desenvolvemos resiliência, vivemos bem com nossa imperfeição.

Pessoas que se abrem para a vida, experimentam coisas novas, são mais felizes e realizadas, ainda que sejam alvo de críticas e inveja.

É uma leitura que vai desafiar a sua forma de viver, quando fugimos de emoções como o medo, mágoa, decepção também nos fechamos para o amor, aceitação e criatividade. Afinal, viver com ousadia não tem nada a ver com ganhar ou perder. Tem a ver com coragem.

Título: A coragem de ser imperfeito

Autora: Brené Brown

Editora: Sextante

Páginas: 208




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