“Não podemos dar as pessoas o que não temos. Quem somos importa infinitamente mais do que o que sabemos ou queremos ser.” p.130
A
Coragem de ser imperfeito, foi escrito por Brené Brown, phD em serviço social,
pesquisadora na Universidade de Houston. Professora e palestrante, inclusive
tem vídeo dela no TED Talks.
O que você
faz quando fica emocionalmente exposto? Como você se comporta quando se sente
desconfortável e inseguro?
Este livro é
um convite para você entender a sua vulnerabilidade, aceitá-la e então, decidir
viver plenamente.
Nós estamos
inseridos em uma cultura, que a autora chama de a cultura da escassez.
Assim nós acreditamos que não somos bons o bastante. Isso gera vergonha,
comparação e desmotivação.
A vergonha é
um sentimento intensamente doloroso, que surge quando acreditamos que somos
defeituosos e portanto, indignos de amor e aceitação.
Para
construir o conceito de vulnerabilidade, Brené apresenta 4 mitos em torno desse
assunto.
Mito 1: vulnerabilidade é fraqueza.
Vulnerabilidade não é algo bom ou ruim. É simplesmente o centro das nossas
emoções e sensações.
Mito 2: Vulnerabilidade não é comigo.
Só se você não estiver vivo. Estar vivo é estar vulnerável. A vulnerabilidade é
parte da nossa condição humana e independe das nossas crenças, escolaridade ou
questões financeiras. Homens e mulheres vivenciam a vergonha de formas
diferentes, mas todos nós somos afetados pela vulnerabilidade.
Mito 3: Vulnerabilidade é expor
totalmente a minha vida. Não vulnerabilidade não é exposição. É reconhecer
nossas limitações e fracassos e compartilhar nossos sentimentos com pessoas que
conquistaram o direito de conhecê-los. Dividir informações pessoais com
limites.
Mito 4: Eu me garanto sozinho. Não,
ninguém é uma ilha, precisamos uns dos outros. E claro, precisamos escolher com
muita sabedoria as pessoas que farão parte da nossa intimidade.
O capítulo 4
foi um dos que eu mais gostei. A autora fala sobre o arsenal que nós usamos
contra a vulnerabilidade. O arsenal é composto por: Alegria como mau
presságio., Perfeccionismo e o Entorpecimento.
Alegria
como mau presságio.
Sabe o que é isso? É quando você está feliz, mas sente medo de perder aquele
momento. Um temor que reprime qualquer felicidade. “Não vou ne empolgar porque
eu sei que as coisas não dão certo para mim”. É muito mais sábio aproveitarmos
o momento, sermos gratos pelo que temos e pelo o que vivenciamos do que
ficarmos com medo da nossa alegria acabar, e assim perdemos a alegria antes do
tempo de qualquer forma.
Perfeccionismo. Se você parar pensar vai perceber
que não conhece ninguém que venceu na vida que atribua o seu sucesso, ou a sua
alegaria ao perfeccionismo. Até porque, perfeição não está acessível para seres
humanos, é uma meta inatingível. O perfeccionismo não é o caminho que nos leva
a nossos talentos e ao sentido da vida. Há uma confusão quando o assunto é
Perfeccionismo. Muitas vezes vemos pessoas usando esta palavra como sinônimo de
excelência, capricho. Definitivamente isso não é perfeccionismo. Perfeccionismo
não é auto aperfeiçoamento. Perfeccionismo é uma tentativa de obter aprovação
dos outros, baseado no medo de falhar, de ser criticado. É um sistema de
crenças autodestrutivas.
Entorpecimento é o uso de qualquer recurso a fim de
anestesiar a dor, o desconforto, a solidão. E não se trata apenas de drogas
ilícitas. Qualquer tipo de vício é uma tentativa de fugir de alguma dor
emocional. Excesso de trabalho, excesso de redes sociais, compulsão alimentar,
e até mesmo vício em atividades religiosas podem ser tentativas de anestesiar
alguma dor. Para evitar o entorpecimento é preciso aprender a vivenciar os
sentimentos, saber lidar com o desconforto das emoções difíceis.
Nós não
precisamos ser perfeitos, mas temos de estar atentos e comprometidos para
alinhar nossos valores com nossas atitudes.A falta de alinhamento entre o que
se diz e o que se faz é a fonte principal da falta de motivação.
Um exemplo
triste sobre desmotivação, acontece nas comunidades religiosas. Líderes que não
vivem de acordo com as virtudes que pregam causam bastante desmotivação
espiritual. A vulnerabilidade é muito importante na espiritualidade. É um
caminho mais coerente quando somos honestos e admitimos nossas fraquezas ao
invés de darmos desculpas ou fingirmos ser quem não somos.
Para fechar
com chaves de ouro, Brené fala sobre Vulnerabilidade no ambiente de
trabalho e na família. E para você que é pai/mãe, ou pretende ser. há um
capítulo simplesmente sensacional sobre como criar filhos plenos.
Este livro é
fruto de pesquisas científicas sobre vulnerabilidade. O principal objetivo da
autora é mostrar que incertezas, riscos e exposição emocional não são coisas
ruins, fazem parte da vida. E quando nós desenvolvemos resiliência, vivemos bem
com nossa imperfeição.
Pessoas que
se abrem para a vida, experimentam coisas novas, são mais felizes e realizadas,
ainda que sejam alvo de críticas e inveja.
É uma
leitura que vai desafiar a sua forma de viver, quando fugimos de emoções como o
medo, mágoa, decepção também nos fechamos para o amor, aceitação e
criatividade. Afinal, viver com ousadia não tem nada a ver com ganhar ou
perder. Tem a ver com coragem.
Título: A coragem de ser imperfeito
Autora: Brené Brown
Editora: Sextante
Páginas: 208
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