Este romance
de formação foi escrito por volta 1903 por Lucy Maud Montgomery. Esta é a
história de uma menina órfã que foi adotada acidentalmente por um casal de
irmãos idosos. Os pais de Anne morreram quando ela era ainda bebê. Ela ficou
sob o cuidado de outras pessoas e morou em um orfanato até completar 11 anos,
foi uma fase bem difícil e conturbada para a menina!
O cenário da
história é nada mais, nada menos que a Ilha de Príncipe Eduardo, no Canadá.
Mattew e Marilla moravam em Avonlea em uma fazenda chamada Green Gables. Mattew
estava envelhecendo, e eles decidiram adotar um menino para que ele ajudasse
nos trabalhos da fazenda. Porém houve um engano, ao invés de um menino, veio
Anne.
Quando Anne
chegou, eles pensaram em devolvê-la. Marilla até perguntou para Mattew: Que bem
ela faria para nós. E Mattew que já estava encantado com a garotinha,
respondeu: nós poderíamos fazer algum bem para ela.
Mattew e
Marilla são personagens incríveis! Eu me identifiquei muito com a
introspectividade do Mattew, ele fala muito pouco mas age com toda bondade do
seu coração. E a Marilla é uma das minhas personagens favoritas, uma grande
mulher. Pensa numa pessoa racional? Em alguns momentos parece ser fria, no
entando, por mais que ela tenha dificuldade de demonstrar os seus sentimentos,
ela é amorosa, do jeito dela e tem a sua própria forma de demonstrar amor. Foi
uma personagem que me fez rir bastante!
Anne foi
aceita e passou a viver com esse casal de irmãos idosos. Ela era uma menina
muito esperta. Inteligentíssima, uma garota à frente do seu tempo, cheia de
ideias inovadoras! Amava ler, era uma criança muito questionadora, possuía uma
grande capacidade de imaginação. Imagina uma criança dessa chegando para morar
com dois senhores que não se casaram e nem tiveram filhos!
A narrativa
traz o processo de adaptação de Anne nesta nova casa, as amizades que ela fez,
como ela interagia com os moradores de Avonlea, com os novos colegas da escola
e professora.
Uma palavra
que define Anne é intensidade. Quando ela ficava feliz ela dizia que estava perfeitamente
feliz, mas quando estava triste dizia que a sua vida era um cemitério de
esperanças mortas.
Anne falava
demais, ela tinha uma característica que eu achei a coisa mais linda: um
vocabulário diferenciado, falava palavras rebuscadas. Que criança de 11 anos
que você conhece que possui a palavra “escopo” no seu vocabulário? Para Anne, a
pessoa que tem grandes ideias precisa de grandes palavras para descrevê-las.
Anne tinha o
costume de chamar de “alma gêmea” aquelas pessoas que ela se identificava. Sabe
aquelas pessoas que a gente mal conhece e já sabe que a amizade vai dar certo,
por tantas coisas que se tem em comum? (E que fique bem claro que não tem a ver
com a conotação romântica desta expressão, que estamos acostumados). Daiana,
sua melhor amiga era uma dessas almas gêmeas. É muito bonita a amizade entre
elas, me fez recordar as minhas amizades de infância.
Algo bem
interessante, é que Anne por tudo o que ela já tinha passado na vida, nunca
havia se sentido amada. E quando Daiana diz que a ama, ela fica surpresa e diz:
Oh Daiana, eu não achava possível que alguém pudesse me amar. Nunca ninguém me
amou desde quando eu entendo por gente.
Dá para
perceber que essa criança tinha alguns problemas relacionados à autoestima,
como por exemplo, não aceitava o seu aspecto físico. Ela era ruiva e muito
magra, e achava que era a pior coisa do mundo. Pra ela o cabelo ruivo era uma
tragédia. Ela preocupava-se muito com a aparência, em suas orações ela pedia a
Deus para fazê-la bonita quando crescesse.
Anne queria
muito se vestir bem, o que é completamente normal para uma criança que sempre
vestiu trapos. Marilla achava uma futilidade, ressaltando que era muito melhor
ser gentil e inteligente do que bonita. E para tentar convencer Marilla a fazer
um vestido bonito, Anne falava que era muito mais fácil ser boazinha se suas
roupas fossem elegantes. Ela sonhava em ter um vestido de mangas bufantes, que
era a moda da época, e Marilla só fazia vestidos simples, de cores apagadas.
Anne era tão dramática que segundo ela, a vida sem mangas bufantes não era
digna de ser vivida.
Em relação a
religião, Anne era bem questionadora. Ela perguntava coisas como: Por que as
mulheres não podiam ser ministras? Por que tinha que ficar de joelho para orar?
E que repetir as palavras de outras pessoas não era realmente uma oração.
Neste livro
você vai acompanhar o desenvolvimento e as aventuras de Anne dos 11 aos 16
anos, como ela foi crescendo e amadurecendo, aprendendo a se aceitar. Um livro
de ficção que traz bons princípios, além de ter muito humor, aquela graça e
mágica da infância.
Eu leio por
prazer, e o meu maior prazer é aprender. Com este livro aprendi estar aberta às
situações da vida, sejam elas boas ou ruins. Vivendo intensamente cada momento
tendo a visão mais saudável sobre todas as ocasiões.
Título: Anne de Green Gables
Autor: Lucy Maud Montgomery
Editora: Ciranda Cultural
Número de Páginas: 336
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