A obra “Não Tenho Fé Suficiente para ser ateu” foi escrita por Normal Geisler, doutor em Teologia e em Filosofia, e Frank Turek, doutor em Apologética. O título do livro é uma provocação, cumprindo sua função de chamar a atenção e instigar a curiosidade do leitor, seja ele ateu ou não.
A nossa
cosmovisão é determinada a partir de 5 perguntas importantes, são elas:
Origem: De onde viemos?
Identidade: Quem somos?
Propósito: Por que estamos aqui?
Moralidade: Como devemos viver?
Destino: Para onde vamos?
As respostas
a essas perguntas podem incluir Deus. Se Deus existe, a origem e o propósito
são de um jeito. Se Ele não existe, aí a origem e o propósito é outro. Assim
como para todas as outras questões.
Os autores
apresentam as 3 principais visões religiosas do Mundo: Teísmo, Panteísmo e
Ateísmo. Vamos entender a diferença entre elas: No teísmo, Deus fez tudo, no
Panteísmo, Deus é tudo e no Ateísmo, não há Deus.
Todo mundo tem fé, independente do que acredita. Segundo Phillip Johnson, “aquele que afirma ser cético em relação a determinado conjunto de crenças é, na verdade, um verdadeiro crente de outro conjunto de crenças”. Ou seja, todo mundo é crente em alguma coisa. E a pergunta é: No que você acredita?
Norman e
Frank acreditam que o cristianismo é verdadeiro e para isso, apresentam 12
pontos que sustentam essa afirmação. Porém, antes de começar essa jornada, eles
dão as seguintes explicações:
1.
Não
estamos sugerindo que os 12 pontos são verdadeiros por definição. A maioria
deles é premissa que precisa ser comprovada.
2.
O
1º ponto se inicia no completo ceticismo, partindo do pressuposto de quem não
acredita que existe uma verdade absoluta.
3.
Se
esta trilha dos 12 passos é segura, ela contesta as outras religiões naquilo
que diferem da Bíblia.
Sendo assim,
vamos aos 12 pontos
Os 2 primeiros
pontos tratam sobre a Verdade. O que é a
verdade? Existe uma verdade absoluta? Porque devemos acreditar em alguma coisa?
Como foi a
proposta do autor, o livro parte do ceticismo e começa a estabelecer as bases
para a discussão e fundamentação dos seus argumentos. Será que tudo é relativo
mesmo? Será que a verdade para um é diferente para o outro? Como a verdade é
conhecida? Essas e outras perguntas são
respondidas, através de argumentos lógicos e filosóficos conclui-se que a verdade
existe.
Os autores
apresentam uma linha de raciocínio e concluem que é possível conhecer a verdade
sobre Deus.
Com isso
vamos para o passo 3 que é: Deus Existe?
Para
responder essa pergunta, Norman e Frank apresentam alguns argumentos lógicos e
discorrem sobre eles. Eles também apresentam as principais refutações e as suas
tréplicas.
Não dá para
discorrer sobre todos os pontos desses argumentos nesse vídeo, mas vou
apresentar o básico desses argumentos:
Primeiro o Argumento
Cosmológico:
1. Tudo que teve um começo teve uma
causa
2. O universo teve um começo
3. Portanto, o universo teve uma causa.
Os autores
constroem sua argumentação unindo os conhecimentos sobre a 2ª lei da
termodinâmica, a expansão do universo, a radiação do big bang e a teoria da
relatividade. Parece tudo muito complexo, mas eles conseguem deixar tudo de uma
maneira bem compreensiva.
A luz das
evidências que eles apresentam temos duas opções: ou ninguém criou alguma coisa
do nada, ou alguém criou alguma coisa do nada.
Agora vamos
para o Argumento Teleológico, que tem seu nome derivado do grego, telos que
significa “plano”. O argumento é o seguinte:
1. Todo projeto tem um projetista
2. O universo possui um conceito
bastante complexo
3. Portanto, o universo teve um
projetista
Nesse
argumento, quando se fala em projeto, referem-se ao universo como um todo, com
todas as suas particularidades bióticas e abióticas.
Existe
também o Argumento Moral
1. Toda lei possui o criador da lei
2. Existe uma lei moral
3. Portanto, existe o criador da lei
moral
Esse é um
argumento muito contestado pelos relativistas que acreditam absolutamente que
não existem absolutos. Os autores apresentam 8 razões de que uma lei moral
existe e está impressa em todos nós.
Esses
argumentos sustentam a crença de que Deus existe e se ele existe, vamos para o
4º e 5º passos que abordam o seguinte tema: Se Deus existe, milagres são possíveis? E os milagres podem ser usados
para confirmar uma mensagem de Deus?
Novamente
teremos a apresentação do tema, suas principais objeções, e nesse caso são os
argumentos de Spinoza e de David Hume. Os autores analisam esses argumentos e
apresentam suas refutações.
Por fim, os
autores apresentam 6 diferentes tipos de fatos incomuns, diferenciando milagres
de anomalias, mágicas, fatos psicossomático, sinal maligno e providência. Cada
um com suas características e particularidades.
O passo
número 6 refere-se a bíblia, mais precisamente se o novo testamento é historicamente confiável. Para isso é preciso
responder algumas perguntas, da mesma forma que se faz para qualquer outro
documento histórico.
Comparando o
novo testamento com outros documentos antigos, observa-se que o intervalo entre
os originais e as primeiras cópias remanescentes do novo testamento é em torno
de 25 anos, enquanto as obras de Platão são 1200 anos e Homero, 500 anos de
diferença.
Já o número
de cópias manuscritas de Platão totaliza 7, e de Homero 643. Enquanto o novo
testamento tem mais de 5600 cópias manuscritas, quantidade que não deveria
levantar dúvidas sobre sua confiabilidade.
Outras
questões sobre a bíblia dizem respeito as testemunhas: Seus relatos são de
testemunhas oculares? São autênticos ou foram inventados? Será que não houve
algum engano? Essas perguntas são respondidas, demonstrando quão confiável é
acreditar no Novo Testamento.
Os passos de
7 a 12 vão abordar Jesus e os seus
ensinos.
Partindo da
ideia de que podemos acreditar no Novo Testamento, Jesus afirmava ser Deus,
existe base para acreditar nisso? Os autores fundamentam essa argumentação no
que Jesus disse, no cumprimento de profecias, nos seus feitos miraculosos e na
predição e concretização da ressurreição. Tudo isso para que o leitor possa
conhecer os principais argumentos que sustentam a crença em Jesus e assim, ter
condições suficientes para confiar.
Este livro
foi muito bem construído, parece ser complexo, mas os autores entregam o
conteúdo de forma muito didática. A leitura é indicada para aqueles que
gostariam de fortalecer suas crenças, e para aqueles que gostariam de conhecer
o embasamento do cristianismo.
Resenha do
Livro – Não tenho fé suficiente para ser ateu
Autores –
Norman Geisler, Frank Turek
Editora –
Vida
Páginas –
424
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