29/05/2022

Resenha do Livro - Não tenho fé suficiente para ser ateu



A obra “Não Tenho Fé Suficiente para ser ateu” foi escrita por Normal Geisler, doutor em Teologia e em Filosofia, e Frank Turek, doutor em Apologética. O título do livro é uma provocação, cumprindo sua função de chamar a atenção e instigar a curiosidade do leitor, seja ele ateu ou não.

 

A nossa cosmovisão é determinada a partir de 5 perguntas importantes, são elas:

Origem: De onde viemos?

Identidade: Quem somos?

Propósito: Por que estamos aqui?

Moralidade: Como devemos viver?

Destino: Para onde vamos?

As respostas a essas perguntas podem incluir Deus. Se Deus existe, a origem e o propósito são de um jeito. Se Ele não existe, aí a origem e o propósito é outro. Assim como para todas as outras questões.

 

Os autores apresentam as 3 principais visões religiosas do Mundo: Teísmo, Panteísmo e Ateísmo. Vamos entender a diferença entre elas: No teísmo, Deus fez tudo, no Panteísmo, Deus é tudo e no Ateísmo, não há Deus.

Todo mundo tem fé, independente do que acredita. Segundo Phillip Johnson, “aquele que afirma ser cético em relação a determinado conjunto de crenças é, na verdade, um verdadeiro crente de outro conjunto de crenças”. Ou seja, todo mundo é crente em alguma coisa. E a pergunta é: No que você acredita?

 

Norman e Frank acreditam que o cristianismo é verdadeiro e para isso, apresentam 12 pontos que sustentam essa afirmação. Porém, antes de começar essa jornada, eles dão as seguintes explicações:

1.        Não estamos sugerindo que os 12 pontos são verdadeiros por definição. A maioria deles é premissa que precisa ser comprovada.

2.        O 1º ponto se inicia no completo ceticismo, partindo do pressuposto de quem não acredita que existe uma verdade absoluta.

3.        Se esta trilha dos 12 passos é segura, ela contesta as outras religiões naquilo que diferem da Bíblia.

Sendo assim, vamos aos 12 pontos

 

Os 2 primeiros pontos tratam sobre a Verdade. O que é a verdade? Existe uma verdade absoluta? Porque devemos acreditar em alguma coisa?

Como foi a proposta do autor, o livro parte do ceticismo e começa a estabelecer as bases para a discussão e fundamentação dos seus argumentos. Será que tudo é relativo mesmo? Será que a verdade para um é diferente para o outro? Como a verdade é conhecida?  Essas e outras perguntas são respondidas, através de argumentos lógicos e filosóficos conclui-se que a verdade existe.

Os autores apresentam uma linha de raciocínio e concluem que é possível conhecer a verdade sobre Deus.

 

Com isso vamos para o passo 3 que é: Deus Existe?

Para responder essa pergunta, Norman e Frank apresentam alguns argumentos lógicos e discorrem sobre eles. Eles também apresentam as principais refutações e as suas tréplicas.

Não dá para discorrer sobre todos os pontos desses argumentos nesse vídeo, mas vou apresentar o básico desses argumentos:

Primeiro o Argumento Cosmológico:

1.   Tudo que teve um começo teve uma causa

2.   O universo teve um começo

3.   Portanto, o universo teve uma causa.

Os autores constroem sua argumentação unindo os conhecimentos sobre a 2ª lei da termodinâmica, a expansão do universo, a radiação do big bang e a teoria da relatividade. Parece tudo muito complexo, mas eles conseguem deixar tudo de uma maneira bem compreensiva.

A luz das evidências que eles apresentam temos duas opções: ou ninguém criou alguma coisa do nada, ou alguém criou alguma coisa do nada.

Agora vamos para o Argumento Teleológico, que tem seu nome derivado do grego, telos que significa “plano”. O argumento é o seguinte:

1.   Todo projeto tem um projetista

2.   O universo possui um conceito bastante complexo

3.   Portanto, o universo teve um projetista

Nesse argumento, quando se fala em projeto, referem-se ao universo como um todo, com todas as suas particularidades bióticas e abióticas.

Existe também o Argumento Moral

1.   Toda lei possui o criador da lei

2.   Existe uma lei moral

3.   Portanto, existe o criador da lei moral

Esse é um argumento muito contestado pelos relativistas que acreditam absolutamente que não existem absolutos. Os autores apresentam 8 razões de que uma lei moral existe e está impressa em todos nós.

 

Esses argumentos sustentam a crença de que Deus existe e se ele existe, vamos para o 4º e 5º passos que abordam o seguinte tema: Se Deus existe, milagres são possíveis? E os milagres podem ser usados para confirmar uma mensagem de Deus?

Novamente teremos a apresentação do tema, suas principais objeções, e nesse caso são os argumentos de Spinoza e de David Hume. Os autores analisam esses argumentos e apresentam suas refutações.

Por fim, os autores apresentam 6 diferentes tipos de fatos incomuns, diferenciando milagres de anomalias, mágicas, fatos psicossomático, sinal maligno e providência. Cada um com suas características e particularidades.

 

O passo número 6 refere-se a bíblia, mais precisamente se o novo testamento é historicamente confiável. Para isso é preciso responder algumas perguntas, da mesma forma que se faz para qualquer outro documento histórico.

Comparando o novo testamento com outros documentos antigos, observa-se que o intervalo entre os originais e as primeiras cópias remanescentes do novo testamento é em torno de 25 anos, enquanto as obras de Platão são 1200 anos e Homero, 500 anos de diferença.

Já o número de cópias manuscritas de Platão totaliza 7, e de Homero 643. Enquanto o novo testamento tem mais de 5600 cópias manuscritas, quantidade que não deveria levantar dúvidas sobre sua confiabilidade.

Outras questões sobre a bíblia dizem respeito as testemunhas: Seus relatos são de testemunhas oculares? São autênticos ou foram inventados? Será que não houve algum engano? Essas perguntas são respondidas, demonstrando quão confiável é acreditar no Novo Testamento.


Os passos de 7 a 12 vão abordar Jesus e os seus ensinos.

Partindo da ideia de que podemos acreditar no Novo Testamento, Jesus afirmava ser Deus, existe base para acreditar nisso? Os autores fundamentam essa argumentação no que Jesus disse, no cumprimento de profecias, nos seus feitos miraculosos e na predição e concretização da ressurreição. Tudo isso para que o leitor possa conhecer os principais argumentos que sustentam a crença em Jesus e assim, ter condições suficientes para confiar.


Este livro foi muito bem construído, parece ser complexo, mas os autores entregam o conteúdo de forma muito didática. A leitura é indicada para aqueles que gostariam de fortalecer suas crenças, e para aqueles que gostariam de conhecer o embasamento do cristianismo.

 

Resenha do Livro – Não tenho fé suficiente para ser ateu

Autores – Norman Geisler, Frank Turek

Editora – Vida

Páginas – 424

 

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